O que irei escrever agora poderia ter sido escrito no post anterior mas, dada a relevância da questão e da novidade em si, deixei propositadamente para um post diferente.
Aconteceu.
Desde alguns dias que sou um Homem comprometido. Fica feito o aviso à navegação! :-)
Lutando contra todos os medos e receios já anteriormente revelados, avancei.
É um autêntico e real tiro no escuro pois o conhecimento que tenho da pessoa em questão é, no mínimo, modesto (E vice-versa também…).
Talvez possa ser considerado um acto de loucura ou algo similar – na forma mas não no conteúdo – mas, quando tomo decisões, não admito voltar atrás… só em casos de manifesto erro de avaliação ou de análise, o que já aconteceu.
Para já, estou feliz e acredito ter tomado a melhor decisão.
Apesar de um considerável optimismo, não poderei deixar de ter presente que a vida se baseia no incontrolável, no surpreendente, sendo necessário refrear os ânimos.
O futuro é totalmente fortuito. Nenhum sentimento é garantido e, bem assim, nenhuma consequência das nossas atitudes e considerações é revelada prematuramente.
Acredito que existem diferenças profundas entre o controlo, a previsão, a obtenção de garantias e a possibilidade de conquistarmos o que amamos. A imprevisibilidade é gigantesca.
O amor é uma chance ou talvez uma oportunidade através da qual podemos contribuir decisivamente para a nossa felicidade mas, nunca poderá ser encarado como uma garantia. Não podemos garantir o incerto. O amanhã e o “outro” são um autêntico mistério aos nossos olhos.
O sofrimento é uma possibilidade tão exequível como a felicidade.
Só quando tivermos o atrevimento e a coragem de nos entregar ao imprevisível, entraremos, de facto, no coração de alguém.
O segredo, o verdadeiro segredo, o segredo para se amar sem insegurança, sem receio, está em saber o que realmente se quer. Quando se quer de verdade, quando queremos com o coração, torna-se mais simples compreender que o sofrimento faz parte do caminho que nos levará à felicidade!
Com alguma dose de imodéstia, eu sei do que falo.
Quem me conhece, sabe que eu sei do que falo. Sabe o que já sofri, sabe que decisões tive de tomar, sabe o que penso do assunto, sabe o quanto custou, no fundo, sabe como sou.
Ser feliz, no fundo é, obviamente de forma marcadamente redutora, entregar-se ao imprevisível e ao inesperado, aceitando a amargura e o júbilo como partes intrínsecas do amor.
Assim, vou tentar ser feliz, nunca esquecendo as principais linhas orientadoras do meu pensamento. Serei fiel a mim próprio. Prometo-me.
Have a nice trip...;-)
Finalmente, vou recomeçar a minha escrita que, por factos alheios à vontade do autor, não pode ir avante. Não que tenha deixado de pensar, viver ou sentir… isso nunca irei permitir-me.
Tenho novidades.
Vou mudar de vida. Irei deixar o exercício da Advocacia – actividade profissional de que muito me orgulho – para ingressar numa instituição bancária de prestígio.
Sempre foi o meu sonho. E não me perguntem a razão deste sonho. Já bastou as dezenas de vezes que tentei (sim, tentei… penso que ainda não consegui convencer ninguém) explicar às técnicas de recursos humanos as razões de radical mudança…
Sei que é o que quero para mim. Sei que me vou sentir realizado profissionalmente. Isso basta para mim.
Não foi fácil. Mais de uma dúzia de entrevistas individuais / grupo, testes psicotécnicos, três vagas para mais de uma centena de candidatos, … enfim, uma autêntica “selva”.
O que agora realmente interessa é que… CONSEGUI.
Como já alguém me disse com toda a propriedade (embora o tenha dito referindo-se a outros circunstancialismos), “não tenhas medo de ser feliz”.
Quando uma Colega me disse que estava com carinha de apaixonado, confesso que não liguei muito. Mas, sem dar por isso, não raras vezes tenho ocupado o meu pensamento com essa questão.
Por mais que solicite à minha razão para se “decidir”, não consigo.
Contudo, tenho alguns indícios que pronunciam uma forte possibilidade para responder afirmativamente a tamanho desígnio.
Por vezes pensei que, após tantos anos de relação, não mais seria capaz de “viver” e teria um medo absolutamente incapacitante para amar. Confesso que ainda tenho resquícios desse medo. Muito pouquinho...mas ainda tenho. Mas sei que vai passar. E quando passar, serei fiel a mim mesmo.
Há uma pessoa na minha vida que me tem “levado” a reflectir nestas coisas. Nessa pessoa, vejo tudo o que queria para mim. Mas mesmo tudo. A tranquilidade, a serenidade, a compreensão, a forma de pensar e de interpretar as coisas, deliciam-me por completo.
Em todos os momentos que temos estado juntos, reparo em coisas que me põem doido…de contentamento.
Mas confesso que tenho medo… de ser feliz. É estúpida tal consideração mas… tenho medo. Mas não posso deixar que o medo me retire a possibilidade de ser feliz.
O tempo irá iluminar o meu pensamento. De certeza.
Mas só o simples facto de saber que existe alguém que me “preenche” em todos os sentidos… já me deixa feliz.
Mas quero mais para mim....
Um olhar de mulher... é enigma eterno
Que traz insondáveis mistérios escondidos,
Pode nos transportar ao céu dos escolhidos
Ou nos arrastar às profundezas do inferno.
Um olhar de mulher...apaixonado, terno,
É raio que atinge o coração e o fulmina,
Almas que se reencontram, união divina,
Promessa de felicidade num amor eterno.
Um olhar de mulher...sensual, ardente,
É chama voraz a se consumir no peito,
É o inferno do desejo que, não satisfeito,
Arde na carne como ferro incandescente.
Um olhar de mulher...sedutora oferta,
Vício que escraviza ou porta que liberta
Por onde buscar-se-á um sonho qualquer...
Olhar que insondáveis mistérios traz,
Pode ser a felicidade, pode nos roubar a paz.
Enigma eterno... Um olhar de mulher!
Agenor Martinho Correa
Um olhar. Um olhar que vale por muitas outras sensações.
Como descrever um olhar que me aquece, que me faz vibrar, que me faz sentir vivo, que me faz sentir desejo? É difícil…
Mas posso afirmar que se trata de um olhar único na medida em que nunca nenhum outro olhar me fez ou faz sentir assim.
Atravessei uma fase da minha vida onde precisei de parar… de reorganizar objectivos e redefinir prioridades…escolher caminhos. E que bom que é, depois de tanta tormenta, poder contemplar aquele olhar meigo e delicado.
A proximidade com esse olhar fez-me sonhar novamente. E é tão bom sonhar…
Lembro-me perfeitamente do momento em que apreciei de "perto", aquele olhar parar
O seu brilho, a sua ternura e o seu mistério apoderam-se constantemente do meu pensamento.
Deixo-me envolver sem lutar… que olhar mais lindo!
Se eu pudesse entender plenamente o seu significado…
O que será que os seus olhos vêem quando se fitam nos meus?
Não sei… mas estou prisioneiro daquele olhar.